quatro razões

Primeira razão: reunir.

Militantes e artistas, em armas! Diante das lutas e períodos históricos mais difíceis é quando se faz mais necessário fortalecer tudo que nos faz mais humanos, menos máquinas, subvertendo a ordem dos dias.
Nisso pode nos ajudar a arte, a poesia, sobretudo a poesia de combate. Temos produzido em diferentes trincheiras; já é tempo de fazer aqueles que ainda não se conhecem se conhecerem. Eis a primeira razão.

Segunda razão: criticar.

Os poetas fazem seus próprios poemas, mas não o fazem como querem, e sim sob as circunstâncias com as quais se defrontam, a partir de sua classe, legadas pelas lutas do passado.
Os poetas da classe trabalhadora ocupam a melhor posição social para observar, vivenciar, sentir e apreender as contradições dinâmicas da realidade e produzir a poesia que precisamos, a arte revolucionária.
Mas isso não faz dessa poesia, automaticamente, a mais desenvolvida.
Daí, portanto, outra necessidade: um constante debate sobre a arte de luta, a arte necessária de nosso tempo. Precisamos afiar nossas facas contra o inimigo, mas isso exige criarmos amoladores de faca e boas pedras onde elas possam riscar suas lâminas. Enfim, em uma palavra, é preciso crítica das artes de luta. Eis a segunda razão.

Terceira razão: uma arte nova

A revolução proletária tem de arrancar sua poesia do futuro. Aos lutadores não há outra escolha a não ser atender a esse chamado. Que cada “A” dito nessa revista seja uma trombeta-alarma para a Humanidade. Que cada “B” escrito clandestinamente seja uma nova bomba na batalha do homem. Que cada ponto de exclamação seja um despertador-maiakóvski gritando nos nossos ouvidos. Que cada interrogação seja um Brecht questionando nossas certezas e fumando um charuto ao final do verso. Essa é a pretensão da terceira razão.

Quarta razão: difundir

Porque a burguesia gasta mais madeira com contas de papel do que com literatura ou instrumentos musicais.
É preciso municiar, armar, prover a arte de luta aos lutadores. Aqui está a quarta razão.

P.S.:

es·me·ril
substantivo masculino

1. Pedra muito dura que contém coríndon e magnetita e que, reduzida a pó, é usada como abrasivo para polir metais, pedras preciosas ou cristais e para despolir o vidro.

2. Pedra reduzida a pó, usada para polir metais ou foscar vidros.

3. Pedra ou utensílio usado para amolar instrumentos de corte. = AMOLADEIRA

4. Ato ou efeito de aperfeiçoar ou aprimorar. = APERFEIÇOAMENTO

5. [Armamento] Antiga peça de artilharia.